O Gordon em Santa Maria, o Afonso em Lisboa!

O dia 20 de Agosto de 2012 não mais será esquecido! Às 37 semanas e 4 dias, esperava pela consulta com a médica às 8h da manhã no Hospital, combinada previamente às 35 semanas, para fazer novo CTG, que ditaria ou não o meu internamento e nascimento do bebé. Havia já algumas semanas que andava com contracções consideráveis e foi-me dito para descansar e parar de trabalhar, não fosse o bebé nascer antes do tempo.

Eram muitas as opiniões que ouvia acerca de provocar o parto, ou deixar o bebé nascer espontaneamente, pois ainda não tinha completado as 40 semanas, e a ideia do possível internamento naquele dia 20 de Agosto, ainda com as 37 semanas era motivo de rebuliço, principalmente porque se pensava que ela iria provocar o parto (a médica respondia-me que não ia provocar parto algum, pois se o CTG assim o indicasse, apenas teriam de fazer o "resto", já que o bebé estava a querer nascer). 

Provocar um parto, segundo me disse, é fazer todo o trabalho, desde provocar contracções, dilatação e rompimento da bolsa, por meios artificiais, a quem estes sinais ainda não aconteceram. 

Na noite de 19 de Agosto, era tão grande a nossa expectativa em relação ao dia seguinte, que quase nem conseguíamos dormir. Por outro lado, enquanto nós aguardávamos madrugada fora pela vontade do bebé no CTG, a parte açoriana da nossa família, esperava a passagem do Furacão Gordon pela Ilha de Santa Maria, que teria o seu ponto mais alto por volta das 3h/4h da manhã. 

Pois exactamente às 3h da madrugada de domingo para segunda-feira, por iniciativa própria do Rei que habitava a minha barriga há oito meses e meio, deu-se o rompimento da bolsa (o conhecido rebentar das águas), de forma ténue e gradual!

Das 3h às 4h, preparando-se o Gordon para atacar, também um furacão em Lisboa resolveu dar o ar de sua graça, e no meio de uma contracção mais violenta, aconteceu o verdadeiro dilúvio! Pensei para comigo: "pronto, o Reizinho já decidiu, não vou ter que aguardar mais respostas! O Afonso quer nascer!" 

Assim, o nervosismo daqueles últimos dias de gravidez e o medo do parto que sentia quando pensava no assunto, passaram como que por milagre e serenei completamente. Aí soube que tudo ia correr bem!

Enquanto me preparava para o "resto" do trabalho de parto no Hospital, chegou a minha médica, que logo me disse que acertara em cheio no palpite, de que o bebé não demoraria mais de duas semanas para querer nascer.

Na comodidade do meu quartinho de Hospital, ao lado do marido, íamos vendo as notícias da manhã, centradas obviamente no Furacão Gordon, e nós, centrados no Gordon e no furacão de Lisboa, que provocou o dilúvio lá em casa, o Furacão das nossas vidas - Afonso - que as mudou para sempre!

E como prova que este Rei é um furacão, ficou desenhado na sua cabecinha um duplo remoinho, o Gordon e ele, claro!

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